Pequenos selvagens

YellowSavages-DiaCrianca

Tive a sorte de crescer com muito espaço. Nas minhas memórias de infância há um jardim imenso que me parecia ter o tamanho do universo. Esse jardim era o palco de todas as minhas brincadeiras e era lá que tudo acontecia. Podia correr livremente e sentir o vento na cara a fazer cócegas. Lá podia fazer cozinhados de terra e paus. Podia rebolar no chão e encher-me de ervas secas. Podia passear a Susana depois de lhe dar o almoço. (O que foi feito da Susana, a mais paciente das bonecas?)
Nas minhas memórias de infância também há uma praia. A praia era o lugar daqueles verões que duravam meses. Lembro-me do chapéu que tinha de estar sempre na cabeça e da pele a ficar cada dia mais escura até ficar da cor do chocolate. E por falar em chocolate, lembro-me agora do gelado depois do almoço que era a melhor das sobremesas. Na praia o que mais interessava era a água e as intermináveis tentativas de fazer o mergulho perfeito (Inês, Inêsssssss, sai da água, já chega, está a ficar frio!).
Na minha infância os dias acabavam com os pés sujos, com os cabelos em desalinho e com um brilhozinho nos olhos. E é isso mesmo que desejo a todas as crianças, hoje que é o seu dia: liberdade para crescer. Um feliz dia pequenos selvagens!

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