Antes de me meter nestas andanças, embora tivesse muita vontade de fazer fotografia de recém-nascido, tinha também algum receio. Tinha medo de estar a invadir o ninho e a profanar um espaço tão íntimo. Hoje sei que esses receios não faziam sentido. O medo deu lugar a um sentimento de enorme gratidão por me darem o privilégio de poder registar pequenos milagres. Sim, é disso que se trata! Em cada sessão de bebé assisto ao encanto da descoberta. Quanto se trata do primeiro filho, arrisco a dizê-lo, esse encanto é ainda maior. É encontrar uma mãe, que apesar das noites mal dormidas, tem um sorriso tão largo como se tivesse descoberto o verdadeiro sentido da vida. É encontrar um pai que parece esconder o espanto que sente pelo que está a acontecer. Cheira-se a pele, aconchega-se, beijam-se os pés, as mãos, reage-se a um sorriso com uma alegria efusiva… E é tão bom lá estar!